Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho, tem como objetivo promover a conscientização sobre os fatores de risco, diagnóstico e prevenção da doença
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas pela hiperglicemia crônica devido à produção insuficiente ou à má utilização da insulina pelo organismo. Esta condição pode ocasionar danos em diversos órgãos, como olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos.
A Federação Internacional de Diabetes relata que a prevalência mundial da doença atingiu 9,3% em 2019, afetando 463 milhões de pessoas. Estima-se que esses números aumentem para 10,2% (578 milhões) até 2030 e 10,9% (700 milhões) até 2045.
Situação no Brasil
No Brasil, os números são ainda mais preocupantes. Atualmente, o país ocupa a 5ª posição mundial em incidência de diabetes mellitus, com 16,8 milhões de adultos entre 20 e 79 anos afetados pela doença. As projeções indicam que esse número pode aumentar para 21,5 milhões até 2030, sublinhando a importância de medidas de conscientização e prevenção para conter o avanço dessa condição.
Existem três tipos principais de diabetes:
Diabetes Mellitus Tipo 1 (DMT1): É um distúrbio autoimune caracterizado pela destruição das células β pancreáticas produtoras de insulina. Pacientes diagnosticados com DMT1 são dependentes de insulina.
Diabetes Mellitus Tipo 2 (DMT2):Desenvolve-se devido a uma combinação de fatores de estilo de vida e genéticos. É caracterizado por níveis elevados de glicose no sangue e resistência à insulina, além de produção insuficiente de insulina pelo pâncreas. Fatores de risco incluem obesidade, sedentarismo, dieta inadequada e histórico familiar de diabetes.
Diabetes Mellitus Gestacional (DMG): É uma complicação que ocorre durante a gestação, caracterizada pela hiperglicemia devido à diminuição da tolerância à glicose. Isso acontece devido à disfunção das células β pancreáticas em um contexto de resistência crônica à insulina. Fatores de risco para DMG incluem sobrepeso, obesidade, idade materna avançada e histórico familiar de diabetes. As consequências são risco de doenças cardiovasculares maternas e diabetes tipo 2, além de complicações no nascimento, como macrossomia (bebê com peso excessivo) e outros problemas neonatais.
Como Tratar ou Prevenir o Diabetes
Para tratar ou prevenir qualquer tipo de diabetes, é essencial promover hábitos de vida saudável, praticar atividade física regularmente, controlar os níveis de estresse, manter um peso corporal adequado e incluir alimentos anti-inflamatórios, antioxidantes e de baixo índice glicêmico, tais como:
Fibras: Grãos integrais, legumes, verduras e frutas são ricos em fibras, ajudando a regular a glicemia, prolongar a saciedade e contribuir para a saúde da microbiota intestinal.
Proteínas Magras: Peito de frango, peixe, ovos e leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) são excelentes fontes de proteínas, essenciais para manter um peso corporal saudável e proporcionar maior saciedade.
Gorduras Saudáveis: Abacate, azeite de oliva, nozes e sementes fornecem gorduras anti-inflamatórias benéficas para o organismo.
Vegetais não Amiláceos: Brócolis, couve manteiga, espinafre, couve-flor e cenoura são ricos em vitaminas e antioxidantes, auxiliando na proteção contra radicais livres.
Peixes Ricos em Ômega-3: Salmão, sardinha e atum são fontes ricas de ômega-3, contribuindo para a saúde em geral.
Grãos e Cereais Integrais: Aveia, quinoa e arroz integral são fontes de carboidratos complexos e fibras, mantendo níveis adequados de glicemia e proporcionando maior saciedade, o que ajuda na perda de peso.
Frutas de Baixo Índice Glicêmico:Maçãs, peras, cerejas e frutas cítricas ajudam a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis.
Ervas e Especiarias: Cúrcuma, gengibre, alho e canela possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
Alimentos a Serem Evitados
Para prevenir ou tratar qualquer tipo de diabetes, é importante evitar:
Açúcares Refinados: Doces, bolos, refrigerantes e outros alimentos ricos em açúcar são inflamatórios e têm alto índice glicêmico, causando picos rápidos de glicose no sangue, o que aumenta o risco de resistência à insulina.
Alimentos Processados e Ricos em Gordura Saturada: Fast food, frituras e embutidos são alimentos pró-inflamatórios, densos em calorias e com baixo valor nutricional, aumentando o risco de obesidade.
Carboidratos Refinados: Pães brancos, massas e arroz branco são fontes de carboidratos refinados, que podem aumentar a inflamação no corpo e comprometer a saúde celular, além de causar hipoglicemia de rebote, levando a um aumento da fome.
Orientações Gerais:
Quantidade: Controlar as porções de cada macronutriente é fundamental para manter a glicemia e o peso corporal adequados.
Qualidade: Priorizar alimentos naturais e minimamente processados ajuda a reduzir o consumo de açúcares e gorduras saturadas.
Forma de Preparo: Cozinhar no vapor, grelhar ou assar são opções mais saudáveis. Evitar o excesso de óleo e temperos industrializados é recomendado para manter uma dieta equilibrada e saudável.
Procure um profissional nutricionista: Obter orientações personalizadas sobre suas necessidades nutricionais específicas, garantindo assim um plano alimentar adequado às suas condições de saúde e objetivos pessoais é importante para promover uma alimentação saudável e equilibrada.
Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U. Instagram - @adrianastavronutri - Mais informações https://lattes.cnpq.br/.
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